sábado, 30 de junho de 2007

archaeology - implications for historiography

archaeology - implications for historiography
Michael Shanks - Traumwerk


You are looking at a page in a wiki called Traumwerk.

It is part of an effort to move beyond conventional documentation (of sites, events, whatever).
This page is an entry into some thoughts, a microlecture about writing history in the light thrown upon historical sources by the remains of the past.

Points I want to make.
  • All historical sources are archaeological - that is they are partial, fragmentary, decayed. (This is an argument for a fundamental homology between archaeology and history). Actually, this is more of a starting point.
  • Conventional historical (and archaeological) narrative is a poor, restrictive and reductive way of working with our sources.
  • We need to rethink our historiography to be more rigorously empirical. It will look very different to what we are used to, maybe.

You are invited to click on the links (in blue). For a succinct (15 minute) tour please follow the recommended links (starred) - *

It begins with
two books on archaeological theory and an argument for archaeology as creative labor - ReConstructing Archaeology (Cambridge 1987) and Social Theory and Archaeology (Polity 1987), both written with Chris Tilley
an outline of an archaeological erotics that dealt in fields of connection and not objects - the book Experiencing the Past (Routledge 1991)
a ruin in a forest
a collection of perfume jars from Corinth * made in ancient Corinth and dispersed globally
a realization that the main principles held to organize archaeological history (date and site) are indeterminate (not unimportant, but treating them as only two organizing principles among many others is liberating) ...

Station yard, Pencader, West Wales - tracking Sarah Jacob - Three Rooms

http://documents.stanford.edu/Traumwerk/47

Cultura e Cidade: prática e política cultural na São Paulo do século XX

Autor:
Mirna Busse Pereira

Título(s):
[pt] Cultura e Cidade: prática e política cultural na São Paulo do século XX
[en] Culture and City: practice and cultural politic in the city of São Paulo during the XX century

Resumo(s): [pt]
Para a realização deste estudo, visando examinar o que se entendeu por cultura e como ela foi tratada em momentos diversos, investiguei as ações e projetos culturais realizados pelo governo municipal de São Paulo, em três momentos distintos e dotados de características próprias da vida da cidade, dentro do século XX. O primeiro momento estudado refere-se ao processo de criação do Teatro Municipal de São Paulo, que se deu no início do século XX, culminando com sua inauguração em 1911. O outro momento foi o da criação e implantação do Departamento de Cultura, na segunda metade dos anos de 1930; e, por último, acompanhei o processo de criação da Secretaria Municipal de Cultura e do Centro Cultural São Paulo, que se deu entre os anos de 1975 a 1982. Em cada um desses momentos busco refletir sobre o modo como a cultura foi entendida, os projetos que foram propostos para a cidade; bem como, reflito acerca das práticas através das quais os responsáveis pelo governo municipal concretizaram diferentes projetos e atividades culturais na cidade paulistana. Busco acompanhar, em cada um dos momentos, as diversas dimensões que foram entendidas como culturais, a maneira como elas foram tratadas no cotidiano administrativo municipal; assim como, as atividades culturais que foram realizadas, a fim de refletir sobre seus possíveis significados e as mudanças e permanências ocorridas na vida cultural da cidade paulistana.

Titulação: Doutor em História
Contribuidor(es): [Orientador] Déa Ribeiro Fenelon

Assunto(s):
[pt] HISTORIA DO BRASIL REPUBLICA
[en] Culture
[en] City
[en] Cultural Practice
[en] Cultural Project
[en] Municipal Theatre of São Paulo
[en] Culture Department
[en] Municipal Cultural Secretary of São Paulo
[en] Cultural Center São Paulo
[pt] Cultura - São Paulo (cidade) - Século 20
[pt] São Paulo (cidade) - História
[pt] Teatro Municipal de São Paulo
[pt] Departamento de Cultura
[pt] Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo
[pt] Centro Cultural São Paulo
[pt] prática cultural
[pt] projeto cultural

Data da defesa:
25/05/2005

PDF - CULTURA E CIDADE: PRÁTICA E POLÍTICA CULTURAL NA SÃO PAULO DO SÉCULO XX
E-mail: mirnabp@uol.com.br

quinta-feira, 31 de maio de 2007

MODERNO SIM, MAS...

Eduardo da Silva de Freitas

Dizer que movimento modernista tradicionalmente se define por sua vontade de ruptura com valores passados frutos do patriarcalismo agrário, em favor do progresso industrial, e que criticava as formas artísticas dos períodos anteriores, especialmente o parnasianismo, por considerá-las antiquadas e representantes daqueles valores, já não constitui novidade. Na conferência de inauguração da Semana de 22, Graça Aranha menciona as manifestações artísticas que “virão revoltar aqueles que reagem movidos pelas forças do Passado” (220), forças representadas pela Academia, para cuja função social, aliás, não consegue encontrar uma justificação (225). De fato, muito tempo depois disso, o movimento será lembrado por sua vontade de contrariar, continuamente justificada pelos próprios artistas, que não queriam que sua arte fosse julgada pelos padrões tradicionais[1] do “bom gosto”; e será resumido pela articulação de uma série de predicados semanticamente unificados pelo rótulo do não. Não precisarão ser referidos aqui os termos como “revolta”, “ódio”, “feiúra”, “ironia”, “paródia”, “loucura”, entre outros, freqüentemente utilizados pelos poetas do movimento e constantes do repertório crítico dedicado a eles. No entanto, lembre-se que, por esse mesmo viés, se dá a releitura , na década de 60, da obra de Oswald de Andrade, promovida pelo concretismo dos irmãos Campos. O autor das Memórias Sentimentais de João Miramar será louvado por sua criatividade formal contraposta ao purismo, pela paródia à oca verbosidade[2], pela técnica cinematográfica, etc.
Não há por que negar esse lado forte e vigoroso do movimento. Mas, numa época em que se tornou praxe desconfiar de toda e qualquer palavra de ordem; que tem sido classificada como pós-utópica justamente por não acreditar no poder unificador dos discursos, já não se pode deixar de notar que houve alguma coisa no discurso que destoou da prática. Ao menos hoje em dia, ainda que se creia que os artistas, críticos e pensadores afinados com os ideais modernistas tiveram realmente vontade de mudar o país, que lutaram com todas as suas forças para rechaçar a oligarquia rural do centro do palco sócio-político-econômico, não se pode ignorar que as suas conquistas devem repensadas. Ora, se não resta dúvida de que demoveu do poder estruturas “viciadas”, não se pode negar que erigiu outras. Ou melhor, para ser absolutamente anacrônico: se conseguiu dar respostas pertinentes às suas questões históricas, não se pode acreditar que elas sejam totalmente válidas para as questões hodiernas. Se se pensar a história com Collingwood, para quem “progresso não é a substituição do ruim pelo bom, ao contrário é a do bom pelo melhor” (1965, 312), pode-se ver que não se trata de negar que o modernismo tenha tido êxito pleno em suas pretensões, mas de perceber que tal êxito trouxe uma situação nova que incita novas demandas.
Não é bastante penas louvar o modernismo por todas as suas contribuições à cultura brasileira, sem deixar de perceber que se ele quis ser um movimento revolucionário não promoveu uma melhoria das condições materiais para a produção ou para a recepção da arte que fosse muito além das classes altamente letradas; não é mais possível se inspirar no modernismo como fizeram alguns artistas durante o período ditadura, pensando que ele tenha sido um grito pela liberdade ou uma tentativa de livrar o Brasil de toda e qualquer amarra.
[1] Talvez o grande êxito que o movimento modernista teve na história literária brasileira deva-se aos inúmeros textos explicativos de suas intenções – sejam poesias, sejam prosas, sejam manifestos, etc. – os quais serviram para doutrinar a apreciação crítica: tais textos compunham a lente através da qual se deveria ver as obras.
[2] Cf. o prefácio escrito por Haroldo de Campos, “Miramar na Mira”, para as Memórias Sentimentais....

sábado, 12 de maio de 2007

Os intelectuais cariocas, o modernismo e o nacionalismo: O caso de Festa

Os intelectuais cariocas, o modernismo e o nacionalismo: O caso de Festa 1
Angela de Castro Gomes

Abstract
This article examines the activities of Brazilian intellectuals in the first decades of the twentieth century, in which their importance for the proposal and implementation of the projects of modern Brazil stands out. The article's purpose is to try to understand the space and climate in which those intellectuals moved during a period that witnessed great transformations in the country. It further attempts to capture the socio-political and cultural ambience of Rio de Janeiro in order to then map out a dynamic for the articulation of groups of intellectuals, paying special attention to the case of the journal Festa. The approach here emphasizes the examination of newspapers and correspondence, among other types of association, conceiving of them as sites of sociability, where intellectuals organized themselves in order to construct and distribute their proposals.


Fragmentos:

(...)

o modernismo pode ser visto como um movimento de idéias que circula pelos principais núcleos urbanos do país, antes mesmo dos anos 1920, assumindo características cada vez mais diferenciadas com o passar da década de 1930. Mas, como nos adverte Jacques Juliard, as idéias não circulam elas mesmas pelas ruas; elas estão sendo portadas por homens que fazem parte de grupos sociais organizados.

(...)


O Rio encontrava-se no centro dessa polêmica, não só por ser a capital federal e o polo de atração de toda a intelectualidade do país, quanto por encarnar os estigmas do “passado e atraso” a serem por todos vencidos. [2]
Como capital, a cidade [do Rio de Janeiro] cumpria a missão de representar e civilizar o país, o que sem dúvida deve ser considerado um fator que impunha à sua intelectualidade uma participação ativa em todas as polêmicas culturais que alcançassem repercussão nacional. Essa espécie de constrangimento que o campo político mais amplo trazia ao pequeno mundo intelectual carioca, foi aqui entendida como uma vantagem. Ou seja, como um estímulo à conformação de projetos culturais que teriam interlocução ampla e seriam numerosos, variados e competitivos entre si. Era essa condição que inegavelmente facilitava e potencializava as possibilidades de comunicação da cidade e de nacionalização de seus estilos e valores.
(...)

É fundamental portanto destacar que, em particular nos anos 1920, o
campo artístico-cultural é, tanto quanto o campo político formal (o dos par-
tidos e outras instituições políticas), um terreno privilegiado para a constru-
ção de projetos de intervenção social, sendo os intelectuais vistos e se repre-
sentando como atores pioneiros e privilegiados na condução do futuro do
país.4 Esse lugar tão especial atribuído à cultura e ao intelectual está vincu-
lado à crença, muito compartilhada na época, na força transformadora da
educação. Assim, se os projetos eram muitos e muito diversificados, todos
concordavam quanto ao potencial das atividades “pedagógicas,” fossem elas
implementadas por médicos, engenheiros, professores, literatos, artistas
plásticos etc.

(...)

http://muse.jhu.edu/demo/luso-brazilian_review/v041/41.1gomes.html

http://muse.jhu.edu/demo/luso-brazilian_review/v041/41.1gomes.pdf

Antropofagia e identidade cultural na pós-modernidade

Antropofagia e identidade cultural na pós-modernidade
Maria Aparecida Rodrigues Fontes

Artigo (PDF).

Abstract
This paper seeks to examine strategies of the intertextual process,
in Sexameron: novelas sobre casamentos, as an anthropophagic dynamics
which exposes the cultural inheritance and rethinks all women’s representation,
bringing to light identity experiences at the end of this century.

Comparativismo literário e valor cultural

Comparativismo literário e valor cultural
Wander Melo Miranda
Artigo (PDF).

This essay tries to situate the “territory” where cultural and ethic value of comparative literature would reside.

A falta brasileira de organização é tamanha que tudo o que vendem dos índios, no mercado de Belém, é legítimo. É tudo bastante feio, sem valor, usado. Inda não teve quem se lembrasse que é falsificando que a gente consegue tomar estas coisas de mais valor, não só fazendo mais bonito e mais bem feito que os índios, como valorizando as coisas deles, por torná-las legítimas e mais raras. É o documento falso que torna o verdadeiro, legítimo. Ora o valor nunca está propriamente na verdade, e sim na legitimidade, não acha mesmo? Eu não sei bem se acho, mas como já escrevi, que fique. Vai por conta da desorganização nacional.

Mário de Andrade - O turista aprendiz.

Anti-viajante que sou: o conceito de viagem na obra de Mário de Andrade.

MAYA, Ivone da Silva Ramos. Anti-viajante que sou: o conceito de viagem na obra de Mário de Andrade.
Artigo (PDF).

This paper deals with the nuances that the term “journey” acquires in Mário de Andrade’s works. Sometimes it can be defined literally, as a painful displacement/impediment, in the sense that it means the author’s displacement from São Paulo, from his environment, from his studies and from his work; as it symbolically points out to his intellectual openness to popular culture; a perspective that would be followed in Andrade’s future works and that had become evident since his first ethnographic journey to the North of Brazil in 1927, as an apprentice.